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Invenções do Diabo

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Meus caros terrestres se os hipermercados não são obra do Demo, então nada o é. Em tempos já abordei este assunto aqui no Alien's, mas como nada mudou, ou nada nunca muda e, hoje chateei-me seriamente num supermercado, resolvi bater na mesma tecla. O som pode não ser agradável mas vou continuar a bater na mesma tecla de cada vez que me enervarem.

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Vamos começar pelo recorrente. Eu não sei com vocês reagem, mas a mim irrita-me solenemente quanto estes decidem mudar todos os produtos de lugar só para nos baralhar. Hoje aconteceu, lá vou eu a correr para comprar pasta de dentes quando no seu lugar encontro lixívia. Não é bem a mesma coisa!

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Claro que depois perco uma eternidade à procura da pasta de dentes e, pelo meio do caminho esbarro com todo o tipo de produtos que eles acham que eu necessito. Não obrigada não quero fraldas, apenas e só, a minha pasta de dentes. Começo a ferver.

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Outra coisa que me irrita deveras são as promoções. "Leve dois cremes de barbear e nós oferecemos o terceiro" e isto ocupa um corredor inteiro. Mas, para que raio quero eu um creme de barbear? E o mais inteligente é que o creme é sempre de uma marca completamente desconhecida. Imagino o bem que fará.

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Enquanto isto, lá ando eu à procura da minha pasta de dentes.

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Mais um facto interessante. Tenho sempre a ideia de que todos os terrestres que se encontram no hipermercado ou supermercado desconfiam do mesmo. Quando chego à secção dos frios, é ver os humanos todos de volta dos iogurtes a tentar ler o prazo de validade. Colocam uns de lado e pegam noutros. Estranho. Afinal o hipermercado não vende produtos em condições?

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Mas, mas, o que dá comigo em doida é sentir que ando na falecida feira-popular. Mais concretamente nos carrinhos de choque. A porcaria dos corredores são tão apertados que passo a vida a levar cacetadas de carros estranhos. E depois lá vem o "desculpe"; desculpe? Ando aqui há 40 minutos a tentar achar a minha pasta de dentes e já levei com uns dez desculpes em cima.

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Avançando porque não vos quero cansar. O milagre dá-se e de pasta na mão dirijo-me para a caixa das sete unidades para dar com o brilhante cenário de que esta é a que tem mais unidades. A atrasada da senhora da caixa tem medo das pessoas que trazem mais de sete unidades. Medo de as mandar passear. E fico ali. Para pagar a pasta de dentes. Uma unidade, contra 25 ou mais.

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Quando chega a minha vez há um problema com a máquina de pagamento. Já não aguento mais.

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Gentilmente olho para a senhora e digo-lhe: Olhe apetece-me atirar esta pasta de dentes às trombas de alguém, mas aquele segurança ali não tem cara de ter bons amigos, é mais sensato não o fazer. Assim sendo, aceite esta oferenda branqueadora.

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Não tendo nem mais um minuto a perder naquele lugar, saio porta fora. Gosto por demais da minha vida para desperdiçar tantos segundos no lugar do Demo. Deve haver por aí uma mercearia, entretanto, vou fumar um cigarro para me acalmar.

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Mas isto sou só eu