Um filme para Aliens.

Não. Este não é definitivamente um filme para morcegos. É um filme produzido por Aliens para Aliens. Desculpem lá, não estar a falar de um nomeado para os óscares, é só do que se fala agora, mas não me apetece. Este filme merecia estar nomeado para todas as categorias, até para o da "senhora das limpezas do set".

O argumento é brilhante. Escrito por um senhor que dá pelo nome de Steve Conrad. A escrever assim, só pode ser um Alien muito talentoso.

A realização ficou nas mãos, nos olhos, na cabeça, de Gore Verbinski. Não se deixem intimidar pelo nome do senhor; é outro Alien com imenso talento.

Quanto ao Nicolas Cage, admito que não é um dos meus actores de eleição, mas, neste filme ele esbanja talento.

Como já devem ter reparado a palavra "Talento" foi mencionada sem restrições da minha parte. E porquê? Porque nesta altura em que tanto se fala dos óscares, eu dei de caras com um filme que me tocou fundo. Muito mais do que qualquer um dos candidatos à estatueta dourada.

É difícil resumir, falar deste filme. Não o quero minimizar ao fazê-lo. Para mim, a lição que retirei é de que nem sempre a vida é fácil - esta já sabia - mas que o mais importante é sabermos lidar com o que ela nos atira para cima. E aceitar que somos humanos, erramos, mas também temos a força necessária para transformar o mau em algo com que possamos viver bem.

É a busca constante pelo que é correcto, o dilema das escolhas, as relações com os que nos são próximos e, o largar do egoísmo a que tanto nos agarramos.

Mais não digo. É um filme para ver. Desculpem, digo só mais uma coisa: Michael Caine é soberbo neste filme.

Ao Alien Steve Conrad digo: porra!, invejo o teu talento com as palavras. Aos restantes Aliens deste filme: Obrigada.