O dia em que conheci o Diabo e...
o motivo porque nunca vou dar
em lésbica.
Meus amigos terrestres, o que vos vou contar é verídico e talvez vos venha a ajudar num futuro que espero que nunca se materialize.
Como sabem fui para fora desfrutar do sol e praia - sem água, porra o frio - e descansar desta cidade que nos come os neurónios e nos torna apáticos. Pois bem, conheço bem esta área de que vos vou falar - Serra da Arrábida - pois tenho casa perto, muito, de Sesimbra.
Tinha de ser logo no primeiro dia. Primeiro. Resolvi ir até ao Portinho da Arrábida para beber algo, o que se transformou numa missão impossível visto que todos os humanos que não conseguiam entrar em Sesimbra, resolveram ir para a Arrábida.
Às tantas virei-me para o macho alienígena e disse-lhe que seria giro ir ver o Convento da Arrábida - arrepio - ele concordou e em minutos tínhamos chegado. Saí do carro e verifiquei que o portão verde enferrujado estava fechado. Entrei no carro e disse F&$#")M estamos com azar!
Logo atrás de nós parou outro carro e de lá saiu uma terrestre toda determinada, olhei para a rapariga e disse-lhe que estava fechado. Com um olhar e voz arrogante respondeu-me que ia verificar lá mais abaixo as horas em que estaria aberto, coisa que nem me passou pela cabeça e sabendo o que sei hoje, nem quero saber.
Quando olhei pelo retrovisor para fazer marcha atrás, vi que não o podia fazer porque alguém falava com os outros dois humanos do carro parado atrás de nós. Comecei a conversar com o macho alienígena e como que se deslizando pelo ar sinto uma cara quase dentro do meu carro que me pergunta:
- Posso ajudá-los?
Tive um arrepio e senti uma energia tão negativa vinda daquele homem que fiquei quase sem fala. A primeira coisa que me chamou a atenção - depois daquela cara hedionda e cheia de negatividade - foi a cruz de plástico que trazia ao peito. Plástico? Estranho. O diálogo foi mais ou menos este:
- Nós vínhamos visitar o convento - digo, mostrando-me firme, fingindo é óbvio.
- O convento não recebe visitas!
- Ah, é pena. - acrescentei
Com um sorriso este ser hediondo diz:
-Bem, existem as visitas especiais.
- Especiais?
- Sim, os senhores ligam para o número que se encontra no portão e eu dou-vos uma visita guiada...afinal vivo aqui há mais de 18 anos.
Olhei novamente para a cruz. Plástico? Estranho. Um crente com uma cruz de plástico...nem sequer uma daquelas de madeira como as freiras usam?
- 18 anos? E vive aqui sozinho? - perguntei
-Tenho companhia.
- Ah, vivem aqui freiras?!
- Não! É outro tipo de companhia. - Fez uma pausa que meus amigos, eu sendo fã de filmes de terror, nunca vi uma cena tão assustadora, a expressão daquele ser era horripilante. Continuando a fingir de que nada se passava indaguei.
-Vive com alguém?
- Pode-se dizer que sim! - sorrindo
-Tem cães e gatos? - questionei
Não recebi uma resposta nem afirmativa nem negativa.
- Olhem, sinceramente recomendo uma visita, sei alguma coisa sobre este convento, é uma visita i-n-t-e-r-e-s-s-a-n-t-e!Liguem!
Disse que sim e coloquei a marcha atrás o mais depressa que consegui. Quando íamos em movimento virei-me para o macho alienígena e perguntei: - Sentiste o mesmo que eu?
- Fod#-se!Aquele homem passou-me uma energia tão negativa que tive arrepios e não de frio, várias vezes.
-Eu senti o mesmo!Ninguém me apanha sozinha com aquele ser a visitar o Convento.
- A ti e a mim!
- Reparaste na cruz?
Chegámos à conclusão que era deveras estranho aquele ser não ter uma de madeira ou prata. Vive ali há 18 anos e não tem uma verdadeira cruz ao pescoço, mas uma com um desenho fora do normal e de plástico? Estranho.
Quando contámos isto a um amigo de lá ele disse: - Mas olhem que aquele convento é demais, quando ainda estava aberto era possível vermos as masmorras, e até ainda lá se encontram as correntes a que os condenados eram amarrados para serem torturados, é fascinante!
Foda#-se Pedro. Tu não estás bem a ver o ser!! E agora ainda falas de masmorras, almas que morreram por lá, torturadas. Isto vai para o meu blog e aqueles que possam pensar que estou a exagerar que vão até ao Convento e toquem à campainha.
Só sei que pensámos naquele ser todo o dia.
À noite, estava no quarto a ler e o Alien macho lá em baixo na sala a ver um filme. Repentinamente, a aparagem desligou-se. Estranhei porque para a desligar temos de mover um botão para cima. Assim sendo, olhei primeiro para a ficha no chão, tudo bem por ali. Coloquei o dedo na aparelhagem e puxei o botão, desligou-se sozinha? O botão moveu-se sozinho? Não quis entender. Não quis. Mas digo-vos que à tarde após o acontecimento já tinha ligado a mãe alienígena.
Contei-lhe tudo. Ela que é crente em Deus, também acredita no mal, nas energias negativas que nos rodeiam. Não é fanática, é uma pessoa calma que acredita no que acredita e disse-me: - Quando for assim, disfarçadamente - numa perna, braço - faz o desenho de uma cruz. Ok mãe, conhecemos o dito cujo ou um dos seus ajudantes, só pode. Sem a mínima preocupação, a minha mãe diz-me: - Não dês mais importância a isso, não vale a pena.
- Queres ficar calma Alien?
- Claro!!
Então disse-me um pai-nosso. Indo contra muito do que acredito , o facto é que me senti diferente. Terá sido por isso que a cena com a aparelhagem não me assustou como deveria? Não sei, talvez. Apesar de termos crenças diferentes a mãe alienígena tem as dela. Graças aos Deuses do Universo que não é nenhuma beata, e graças aos Deuses do Universo que é minha mãe. Amo-te.
A história vai longa, mas o meu conselho é: levem a sério as minhas palavras de alienígena e fiquem longe do Convento da Arrábida. Olhem que é um bom conselho. Se pensam que exagerei para benifício da história, então dêem um salto até lá e depois falamos.
Porque nunca darei em lésbica? Fiquei sem espaço para escrever, vou fazer um desenho.
Falaremos sobre o assunto em profundidade mais tarde.
Agora, apenas quero ter bons sonhos.
Mas isto sou só eu