-

De mãos dadas com o Diabo

-

Desculpem lá, eu posso não ser de cá, mas não façam de mim parva, até porque hoje não me encontro muito bem disposta e o meu nível de tolerância em relação à hipocrisia e à estupidez encontra-se extremamente - assustadoramente - baixo.

-

Este caso - a meu ver - resume-se a um ponto, falta de clientela. Angariar clientes.

-

A mensagem é dúbia, daí o motivo que me leva a perguntar: será que no Vaticano conhecem o significado da palavra hipocrisia? Passo a explicar.

-

"Elogiando as redes como o Facebook ou o MySpace como «bençãos para a humanidade», o Papa Bento XVI lançou esta sexta-feira o canal do Vaticano no YouTube."

-

"Ao mesmo tempo que Bento XVI reconhece os benefícios de redes sociais como Facebook e o MySpace, alerta que este convívio virtual acarreta os seus riscos, como o isolamento da verdadeira interação social."

-

Mas andamos a brincar? Está tudo doido? O Facebook e o Myspace são bênçãos para a humanidade? Como? Pode repetir? Mas nem tudo são rosas no maravilhoso mundo da Internet segundo Bento XVI. O isolamento social. Um grave problema a que os jovens estão sujeitos e que tem de ser levado em conta nesta era das novas tecnologias. Senhor Bento XVI, eu se fosse a si, teria apontado um problema bem mais sério e com o qual o senhor tem lidado no seio da sua família: a pedofilia. Os predadores que passam horas "on line", nos "chat rooms" à procura de presas fáceis. Teria sido um aviso bem mais útil do que o do isolamento social. A do isolamento social soou-lhe melhor, foi?

-

"No lançamento do canal, o arcebispo Claudio Maria Celli, que lidera o gabinete de comunicação do Vaticano, fez questão de afirmar que Bento XVI tem «simpatia pela Internet» e aprova o uso das novas tecnologias. "

-

Pois, e ele quer a simpatia da Internet se essa simpatia se manifestar em mais fiéis.

-

"Segundo o arcebispo, a ideia de colocar o Vaticano no YouTube tem por objectivo estabelecer um «diálogo aberto» com as pessoas. «O Papa que ir ao encontro das pessoas onde elas estiverem, para estabelecer um diálogo aberto, franco, sincero e amistoso"

-

Esta parte chateia-me. A sério. Há muito boa gente que gostaria de ter um diálogo aberto com a Igreja, mas esta não o permite. Assim, sem pensar muito,vêm-me à cabeça os homossexuais, ou as mulheres que não querem ser tratadas como assassinas apenas porque se viram forçadas a fazer um aborto, ou alguém que quer morrer com dignidade sem ser ameaçada pelo fogo do inferno.

-

Isto foi o que me ocorreu no momento, se pensar melhor sou capaz de encontrar tantos outros que gostariam de dialogar com a Igreja mas que são colocados de lado logo à partida. Se a Igreja quer ter um diálogo aberto, franco e sincero com as pessoas, que tal começar por mudar as mentalidades de quem está à frente da instituição.

-

Em resumo a mensagem que Bento XVI passou ao se referir ao projecto "on line" da Igreja foi que, o Facebook e o Myspace são bênçãos para humanidade e que o isolamento social é um dos riscos da Internet.

-

Teria sido mais sensato aproveitar esse tempo de antena para dizer algo de útil e aprender qualquer coisa sobre o Facebook e o Myspace porque, sinceramente, se Bento XVI, acha que estes são uma bênção para a humanidade, então os seus fiéis estão todos f%didos! Até dá pena.

-

Da próxima vez, aconselhava a Igreja a fazer uma pesquisa no Google.

Mas isto sou só eu

-

Canal do Vaticano no YouTube

-

Afinal é mesmo verdade.

-

Barack Obama, é o 44º Presidente dos Estados Unidos da América. O mentecapto do Bush lá entrou num helicóptero de regresso ao Texas, enquanto o novo presidente - que tomou posse hoje - assumia as suas funções. Boa sorte senhor presidente, sem ironias estúpidas, isto porque um inábil desempenho da sua parte tem consequências directas no resto do planeta, assim sendo, estou a torcer por si; ou talvez seja mais por mim.

-

Mas isto sou só eu

-
Qual Júlio Machado Vaz

-
Em Portugal ainda não se consegue falar sobre sexo sem adormecer os telespectadores, despertos preferem o acto do que continuar a ouvir as teorias do costume. É óbvio que num concurso, o acto em si ganha sempre por uma esmagadora vantagem à teoria, contudo, temos de admitir - até os que se acham o máximo na cama - que não sabemos tudo sobre sexo e, por vezes, até nos encontramos perante situações novas que nos deixam a pensar duas vezes.

-

Fiquei fã da senhora que se segue desde o dia em que o meu indicador acidentalmente esbarrou com o seu programa. Assisti do princípio ao fim sem bocejar. Incrível. Não estava habituada. Ali não há tempo - nem é essa a intenção - para elaborar teorias. "Talk sex" diz tudo, toca a falar sobre sexo, puro e duro. Nada de camuflar as questões, de colorir as perguntas, de encobrir as respostas. Tudo vale, por mais bizarra que seja a questão, a apresentadora tenta sempre responder da forma mais directa possível de modo a ajudar o "cliente.

-
O que se passa por cá a maior parte das vezes, quando temos programas que abordam temas relacionados com o sexo é que as explicações tendem a ser por demais aborrecidas, longas, verdadeiramente chatas. Se um telespectador liga com uma questão, esta é tratada como se fosse algo fatal, quando deveria ser lidada de uma forma mais simples. Complicam quando deveriam simplificar.

-
Não sei quantos de vocês já assistiram ao "Talksexwithsue"? O formato é simples de explicar. Um número de telefone, espectadores com questões para colocar e, do outro lado a Sue pronta para lhes tirar as dúvidas. Quando consegue.
-
Eu de pudica não tenho nada acreditem, mas já levei em cima com um ou outro telefonema que me deixou três segundos com o meu neurónio instável congelado. Ele perguntou o quê? Ela fez o quê com quem? No "Talksexwithsue" não se perde tempo a culpar a mãe ou pai por este ou aquele comportamento sexual. Ali, sexo é simplesmente sexo. E é assim que a Sue lida com os seus "clientes".

-
Se tens menos de 18 anos é aqui que vais parar de ler. ok?
-
Um exemplo da frontalidade desta senhora e que retirou de mim um gigantesca gargalhada.

Uma rapariga ligou para o programa e perguntou à Sue o que poderia fazer quanto ao facto de cada vez que tem sexo anal com o marido sofrer de dores horríveis. A Sue perguntou-lhe se as tem sempre. Ela respondeu que sim e o que poderia fazer para as deixar de ter. A Sue respondeu: Darling, basta dizer NÃO! E deixas de ter dores. Após, lá lhe disse, que uma relação sexual implica prazer e se uma das partes não o obtém, algo está errado. Agora, a expressão com que ela disse: Darling, just say NO! Foi hilariante.
-
Como tem sempre muitas chamadas por programa as respostas têm de ser rápidas e directas, nada de andar à volta do assunto com falinhas mansas como nós por cá gostamos de o fazer. Eu já ouvi de tudo, desde um homem desesperado porque a namorada não se sentia bem quando lhe fazia sexo oral - sentia-se fisicamente mal disposta - porque o pénis dele era grande demais e, com toda a naturalidade a Sue explicou-lhe a melhor maneira de ele ensinar a namorada a forma como o fazer sem esta se sentir mal disposta ao ponto de vomitar. Isto em minutos.
-
Um caso interessante. Um rapaz ligou, ele media 1,90 e a namorada 1,57, não o posso precisar mas tinham uma grande diferença de altura e, ele andava angustiado porque não arranjavam posições para fazer amor. Queria variar e não sabia como devido ao dito cujo problema. A Sue começou a pensar e em segundos deu-lhe logo ali 5 ideias de posições que iriam funcionar na perfeição para eles. Depois disse-lhe para ir até ao site do programa aonde iria encontrar um livro que seria útil . Ela em segundos, tendo em conta a diferença de altura deles, lembrou-se logo ali de 5 posições que poderiam resultar. Foi engraçado. É preciso uma ginástica mental, e não só!
-
Esta que se segue não passaria em canal nenhum português e gostaria de saber o que o Júlio Machado Vaz ou a Marta Crawford diriam, provavelmente, que o rapaz era um tarado ou doente, mas para a Sue aquilo era um fetiche. Ligou uma rapariga com uma questão que até eu me arrepiei e, muitos homens também se devem ter arrepiado. Outros vão-se arrepiar ao ler isto. Ela disse à Sue que o seu namorado queria que ela lhe espetasse agulhas no pénis. A rapariga não o tinha feito com medo de o magoar e porque queria saber se aquilo era normal. A Sue disse-lhe que as agulhas eram uma fantasia dele e, que ela não o iria magoar porque ele a iria guiar durante o processo, dizendo como o fazer. Disse-lhe também que o pénis era dele, o corpo era dele e que se ela fizesse algo que o magoasse ele diria de imediato, tipo com um grito. Claro que é estranho, mas há fantasias bem mais estranhas, estão é apenas escondidas da maioria. Disse-lhe para não se preocupar, era uma fantasia que até poderia não passar da primeira vez.
-
Eu estaria aqui horas a dar exemplos de telefonemas, mas corria o risco de este texto nunca mais acabar, assim, para finalizar quero dar um último exemplo que mais uma vez arrancou uma gargalhada cá de dentro. Não pela resposta da Sue, mas pelo embaraço da rapariga que a dado momento também desatou a rir.
-

Ela começou por dizer que tinha uma questão muito complicada para a Sue, que de imediato ripostou : "Bring it on!" Então explicou que estava na cama com o marido e este estava-lhe a fazer sexo oral e que a dado momento sentiu que se estava a vir mas, de repente sentiu que o orgasmo tinha como que parado, quando deu por ela sentiu algo mais forte, cada vez mais forte quase doloroso e sem dar por ela urinou na cara do marido.
Ela disse à Sue que nem queria acreditar e esta respondeu. Darling, o que aconteceu foi que tu atingiste o teu ponto G, o liquido não era urina. E perguntou-lhe se cheirava a urina e a rapariga respondeu que não. E a cor, perguntou Sue, era da cor da urina? E a rapariga disse que não, que não parecia. Então a Sue disse, parabéns querida, tiveste um orgasmo do teu ponto G. Diz ao teu marido que lhe envio os meus parabéns, não o deixes fugir.
-
E a rapariga desatou a rir e disse à Sue, mas eu fiquei a sentir-me tão mal. Ele estava todo encharcado. E a Sue responde, mas fez um excelente trabalho querida.
-
Não há tabus neste programa e duvido que a produção censure alguma questão. Pelo menos é essa a ideia com que fico depois de tudo o que já ouvi e acreditem, os exemplos que aqui coloquei não são nada do outro mundo. Como já o mencionei, ouvi perguntas que me deixaram a duvidar da minha audição.
-
Não sou apologista de andarmos a imitar tudo o que se faz lá por fora, acho que já temos disso por cá, e não é pouca coisa. Mas, num país tão inculto no que diz respeito ao sexo, com tantos tabus, um programa deste género seria serviço público. Pensando bem, talvez seja eu a ir longe demais.
-
Bem terrestres, vou terminar como a Sue o faz:

"Safe sex or no sex at all"
-
Mas isto sou só eu

-

- Olha, olha só para vocês... aí, aí, sentadinhos nas vossas cadeirinhas, todos bonitinhos, devem pensar que são os maiores só porque têm uns computadores para brincar. Vão mas é trabalhar! Que raio estão vocês a fazer aqui? A ler esta porcaria...sim...a ler letrinhas, escritas por uma tipa que tem a mania que sabe escrever e vocês com a mania que sabem ler as letrinhas...vão mas é ler os clássicos, vão, vão, ler o Tio Patinhas e coisas axim. Que giro a blogoisfera, vão mas é trabalhar seus preguiçosos! Deixem de ser saltitões, que giro, ai, aí vou eu de um blog para o outro, que giro, vão dar sangue, sejam produtivos. Vendam mas é os vossos computadorezinhos e vão trabalhar, façam algo de útil para a sociedade. Aqui não se aprende nada, eu, eu, até já me sinto mais imbecil ...e só aqui estou há dez minutos. Vão mas é trabalhar seus saltitões!

-
*A autora não está imune aos hackers.

-

Encontro de Bloggers

-

Começo por confessar que não fazia tenções de ir ao dito cujo. Nunca os achei apelativos, sempre encarei a "blogosfera" como um espaço aondo publico os meus textos e gosto de ler os dos outros, neste processo acabo por criar laços com alguns "donos" de determinados blogs. Isto é para mim a blogosfera. Ou era. Até ao dia em que decidi ir aquele encontro.

-

O encontro de Bloggers foi marcado para a Brasileira - no Chiado - no Sábado. Estava por demais cansada, e sem vontade nenhuma para sair de casa mas lá fiz um esforço, afinal, tinha alguém a contar comigo. Tomei um banho - como não podia colocar aqui imagens do meu banho, arranjei a que mais se assemelha ao dito cujo - vesti-me e sai porta fora.

-

Andei às voltas com o carro para arranjar um lugar para o estacionar até que decidi: que se lixe! Parque com ele! Provavelmente o encontro não vai ser muito interessante e em meia hora estou despachada.

-

Quando cheguei pedi um café e aguardei.

-

Passado dez minutos o lado direito do meu cérebro disse: então sempre vieste? Pensei que odiavas estes encontros, tipo blind date?

Revirei os olhos.

-Começamos bem, estou a ver! Ripostei.

- Estava a brincar contigo, não fiques já na defensiva, bolas! - Respondeu o meu lado direito do cérebro.

-ok, desculpa. Acordei de mau humor. Então diz-me lá, como é que funciona esta coisa do encontro? - Indaguei

- Bem, ficamos aqui a beber e a conversar para nos conhecermos melhor.

- Tu estás parvo? Não podíamos ter feito isso em casa?

-Mas em casa não era bem um encontro de bloggers, era mais um encontro do lado direito do teu cérebro com o lado esquerdo.

- Hmmmm, bem pensado.

- Pediste alguma coisa para eu beber? - Perguntou o lado direito do meu cérebro.

- Não achas que ia parecer um bocado estúpido eu aqui sentada a beber duas chávenas de café?

-Pois, tens razão. Isto é complicado.

- A quem o dizes.

- Tenho uma ideia - proferiu o meu lado direito do cérebro - e se fossemos passear, é uma coisa que um encontro de bloggers faria e ninguém vai achar estranho.

- Sim, desde que não me obrigues a andar a falar sozinha pela rua, isto é; a falar contigo.

- Epá! Mas se queres que isto seja um encontro de Bloggers tens de falar comigo, senão é apenas um passeio teu.

-Faz sentido. Faz sentido.

-

Não vou entrar em detalhes, o que vos posso dizer é que fiquei fã dos encontros de bloggers. Decidi ignorar os terrestres que se cruzavam comigo enquanto conversava animadamente em voz alta com o meu lado direito do cérebro. Fartámo-nos de rir, brincámos, também falámos de assuntos mais sérios e quando chegou a hora de nos despedirmos fizemos uma promessa de voltar a repetir aquele dia.

-

Realmente, por vezes, é como em pequenos, temos de beber o xarope para ver se sabe bem ou mal.

-

Mas isto sou só eu

-
2008 Um ano estúpido.
2009 Será ainda mais estúpido?
-
Não gostei de 2008. Não gostei. Logo desde o início não fui com a cara desse ano. Pareceu-me falso, cheio de falinhas mansas, muitas promessas e uma retórica por demais elaborada para o meu gosto. Sabem aquelas pessoas que conseguimos sentir a milhas que adoram dar nas vistas mas que fazem por parecer o oposto? Pois é! Senti isso pelo ano de 2008 mal me bateu à porta, mal o encarei.
-
Não foi necessário muito para a máscara cair e o ano de 2008 se revelar um falso. Desgraças para aqui, desgraças para acolá, a crise a dar cabo de nós por cá e dos outros por lá. Falso.
-
Foi um ano tão estúpido que se torna complicado fazer um balanço. A ideia era mencionar uns quantos factos relevantes com os quais 2008 nos brindou. Do género, finalmente o pior presidente que a América já conheceu está de malas feitas, no entanto, se eu entrava por esse caminho, teria de mencionar muitos outros factos que marcaram este ano em termos políticos, como por exemplo no nosso próprio cantinho. Não quero. Mesmo. E ninguém me vai obrigar.
-
Como já perceberam eu sou o elemento invisível do CQC, eles recebem os créditos pelos textos que eu escrevo, mas tudo bem, somos uma equipa. Isso é o importante porque neste momento, na realidade, quem está a escrever este texto, é a Joana não eu. Uma mão lava a outra.
Após uma breve reunião - enquanto bebíamos um café na mexicana - chegámos à conclusão que ao olharmos para tanta estupidez que nos foi gentilmente oferecida pelo ano de 2008, tínhamos de mencionar aqui um casal que está determinado em aumentar drasticamente a população desta nossa bola azul.
-

-

Parabéns Brad e Angelina, vocês são os eleitos do AlienCQC como uma amostra do que o já finado estúpido ano 2008 nos presenteou. Make love not War.

-

Quanto ao ano de 2009, não me enganas! Chegou a fazer uma barulheira monumental, fogos de artifício à volta do planeta - como se andássemos a nadar em dinheiro - em alguns países os fogos eram qualquer coisa que só se vê no meu planeta. 2009 Aprendeu com 2008, já não promete mundos e fundos, mas ainda promete, o que é deveras irritante. Eu sei que necessitamos de esperança, mas darem-nos esperança para depois nos puxarem o tapete, não me parece bem. O que peço a 2009 é mais honestidade. Espero que não sejas como o teu irmão 2008. Nada de falinhas mansas, sê honesto. E por favor tenta não seres um ano estúpido.

-

Aceitam-se apostas. Será 2009 um ano estúpido? Cuidado com a linguagem, não é necessário ofender um ano que acabou agora de chegar. Sejam meigos, ou não.

-

Mas isto sou só eu